Lunin, goleiro do Real Madrid, concedeu entrevista exclusiva ao Diario Marca, publicada nesta sexta-feira (12/7). O jogador ucraniano refletiu a dificuldade de ser um atleta em alto nível, em virtude da guerra que assola seu país, além de falar sobre a gripe que ajudou a tirá-lo da final da Champions, apesar do grande desempenho na temporada. A falha na Eurocopa também foi tema.
“Não falei sobre isso com o presidente nem com a diretoria, mas vimos que Madrid ajudou enviando muitas coisas para a Ucrânia. No início, todos me encorajaram e me ajudaram a superar isso e a manter a calma. No começo me ofereceram para não treinar, mas eu não quis, porque em casa teria ainda mais estresse. Pelo menos trabalhando eu iria arejar um pouco”, disse Lunin sobre o conflito armado em seu país.
“Courtois se machucou, o que foi a pior coisa que poderia acontecer com ele. Foi uma pena, porque ele sempre me deu incentivo e apoio. A partir daí tentei fazer de tudo para mostrar que comigo você também pode vencer, que eu posso ser o número 1. Por isso, quando o Kepa se machucou no aquecimento, eu estava pronto. E naquele dia tive sorte, porque defendi um pênalti que me deu muita confiança e muita adrenalina. O dia em que você faz o melhor tempo é o dia em que você ganha o título, mas eu me diverti, como contra o Leipzig, o Bayern… Também contra o Braga, quando defendi um pênalti e não sofremos gol”, analisou sua titularidade na temporada.
Tive febre, muito forte… Fiquei dois dias muito mal, pensei que ia morrer. No terceiro dia ele estava melhor e quis treinar com a equipe. Fui a Valdebebas, mas fizeram-me um teste e disseram-me que era contagioso. Por precaução me separaram, mas graças a Deus que no final consegui estar lá, me aquecer com o time, estar no banco, comemorar em campo”, relembrou o goleiro seu afastamento forçado às vésperas da final da Liga dos Campeões.
“Não há problema em ficar dois dias fora e treinar quatro dias antes do jogo, mas quando me disseram que eu tinha que ficar em casa… Sobre a Euro, é muito claro que cometi dois erros. O primeiro erro é técnico e acho que pode acontecer, mas é um erro. Eu sei o que significa um erro do goleiro e um erro do atacante. Um erro do goleiro é um gol de 90%. O segundo gol deu azar, porque não vi a bola sair e depois perdi de vista no meio do caminho porque um zagueiro ia evitar… Pulei às cegas, mas errei. E foi por isso que no final do jogo saí para me desculpar, era o mínimo que podia fazer”, concluiu abordando sua Eurocopa, com erro que lhe custou banco de reservas nos próximos jogos.