As Ligas Europeias e a FIFPro anunciaram uma queixa formal à Comissão Europeia contra a FIFA e acusam o órgão que tutela o futebol mundial “por motivos de direito da concorrência” relativamente “ao calendário de jogos internacionais”. A La Liga juntou-se à ação também.
Em comunicado, as Ligas Europeias, cujo presidente é o português Pedro Proença e engloba os principais campeonatos do continente, com exceção da liga espanhola, afirmam que “durante vários anos, as ligas e os sindicatos de jogadores têm estado repetidamente a FIFA a desenvolver um processo claro, transparente e justo” em relação ao calendário, mas que “lamentavelmente, a FIFA recusou-se consistentemente a incluir ligas nacionais e sindicatos de jogadores no seu processo de tomada de decisão”.
Ou seja, as Ligas Europeias e a FIFPRo acusam o órgão liderado por Gianni Infantino de tomar decisões unilaterais e argumentam que “o calendário de jogos internacionais já ultrapassou a saturação e tornou-se insustentável para as ligas nacionais e um risco para a saúde dos jogadores”.
Através da rede social X, a FIFA respondeu com dureza ao comunicado emitido nesta terça-feira. Primeiro, começou por lembrar que “o atual calendário foi aprovado por unanimidade pelo Conselho da FIFA, que é composto por representantes de todos os continentes, incluindo a Europa, após uma consulta abrangente e inclusiva, que incluiu a FIFPRO e os órgãos da liga”.
Depois, no terceiro parágrafo, criticou o movimento europeu: “Algumas ligas na Europa – elas próprias organizadoras e reguladoras de competições – agem com interesse comercial, hipocrisia e sem consideração por todas as outras pessoas no mundo. Estas ligas aparentemente preferem um calendário repleto de jogos amigáveis e tours de verão, envolvendo muitas vezes extensas viagens pelo mundo.”
O órgão que tutela o futebol mundial termina a dizer que “a FIFA deve proteger os interesses gerais do futebol mundial, incluindo a protecção dos jogadores, em todos os lugares e em todos os níveis do jogo”.